A estatística é uma área da matemática que nos fornece uma série de técnicas que nos permite organizar números e dados de forma que seja possível extrair informações, tendências ou padrões que dificilmente seriam identificados sem esse tratamento. A gestão e o controle da qualidade utiliza de forma bastante consistente, já de longa data, os conceitos estatísticos para identificação, quantificação e solução de problemas relacionados aos produtos.
Com o passar dos anos foram desenvolvidas ferramentas que se tornaram clássicos, como o diagrama de Pareto, diagrama de Ishikawa (ou espinha de peixe), histogramas, listas de verificação, fluxogramas, cartas de controle, enfim, uma grande variedade de instrumentos baseados em fundamentos de estatística que auxiliaram a sistematizar a gestão e o controle da qualidade nas empresas.
Quando se trata de gestão de segurança e saúde ocupacional, diversas dessas ferramentas podem, e devem, ser utilizadas para que os resultados almejados possam ser obtidos, otimizando os recursos disponíveis, além de gerar uma memória técnica para os profissionais da empresa, demonstrando, dessa forma, que metas não foram atingidas por acaso, mas que foram fruto de um trabalho bem conduzido e fundamentado em aspectos técnicos, eliminando a pouco eficaz e dispendiosa prática da tentativa e erro.
É natural que atividades que envolvam inspeções e auditorias, assim como registros de atividades, gerem um volume considerável de dados, o que é uma característica que as atividades de segurança e saúde ocupacional têm em comum com a qualidade. Essa quantidade pode ser ainda maior se esses processos (inspeções, auditorias, etc.) forem orientados para isso, e tal prática se torne um hábito para os profissionais envolvidos.
No caso das atividades relacionadas à prevenção, é de fundamental importância que as observações e relatos provenientes do campo, ou das frentes de serviços, sejam adequadamente registradas. Dessa forma, a equipe de gestão será municiada de elementos em quantidade e qualidade suficientes para um tratamento estatístico que forneça referências valiosas para o planejamento das ações preventivas.
No dia a dia das atividades da empresa, é fundamental um bom apontamento de ocorrências, de não-conformidades, desvios comportamentais, inspeções de campo, auditorias, condições inseguras entre outros. É muito importante que esses registros sejam apoiados por formulários (ou qualquer outra metodologia equivalente) que, além de objetivos, auxiliem o comunicante a prestar informações detalhadas sobre a situação em questão, além de padronizar os dados recebidos, facilitando o trabalho de compilação das informações.
A anotação de toda e qualquer ocorrência relacionada a segurança e saúde, além das investigações realizadas, tem uma importância vital para a construção de um banco de dados que permita a aplicação das ferramentas estatísticas e posterior extração de indicativos a respeito de causas básicas, prioridades e demais informações importantes para a definição dos planos de ações corretivas e/ou preventivas.
Os registros podem fornecer dados sobre quais são as maiores frequências de incidentes, sua tipologia mais comum, horários e dias críticos, épocas do ano em que determinada situação acontece com maior regularidade. Dessa forma, fica mais fácil conduzir uma avaliação e definição de ações, pois as decisões estarão baseadas em critérios objetivos, o que geralmente torna mais eficaz a gestão.
Como pudemos observar, a utilização das ferramentas estatísticas na gestão de segurança e saúde possui grande relevância, pois pode nos fornecer informações que nos permitem um direcionamento mais preciso quanto a utilização de esforços e recursos a serem dispendidos para a prática da prevenção, indicando os pontos mais críticos a serem tratados como prioridade e os potenciais danos provocados por esses itens de maior criticidade.
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