Moinhos de Bolas
Na sua forma mais simples, o
moinho de bolas consiste num cilindro oco em rotação, parcialmente cheio de
bolas, com o eixo horizontal ou fazendo um pequeno ângulo com a horizontal. O
material a moer pode ser introduzido através de um eixo oco numa das
extremidades e o produto sai através de um eixo semelhante na outra
extremidade. A saída está normalmente coberta com uma peneira pouco aberta par
impedir que as bolas possam escapar-se
A superfície interior do
cilindro é normalmente revertida com um material resistente á abrasão, como aço
manganês, pedra ou borracha. Nos moinhos revestidos a borracha verifica-se
menos desgastes e o coeficiente de atrito entre as bolas e o cilindro é maior do
que com revestimento a aço ou pedras. As bolas são, por conseguinte, levadas
mais adiante em contato com o cilindro e
, portanto, caem sobre a alimentação vindas de maior. Em alguns casos monta-se
barras de elevação no interior do cilindro.
O moinho de bolas usa-se
para a moagem de uma larga gama de materiais, entre os quais carvão, pigmentos
e feldspato para cerâmicas e recebe alimentação ate ao tamanho de cerca de 2
polegadas.
O rendimento da moagem
aumenta com a retenção no moinho ate os vazios entre as bolas estarem cheios. O
aumento da quantidade retida diminui então novamente o rendimento.
As bolas
As bolas normalmente são
feitas de aço e ocupam entre 30 a 50% do volume do moinho. O diâmetro de bola
que se usa varia entre uma polegada e 5 polegadas, e o diâmetro ótimo é aproximadamente proporcional
a raiz quadrada da dimensão da alimentação,
sendo a constante de proporcionalidade função da natureza do material.
Durante a moagem, as próprias
bolas desgastam-se e são constantemente substituídas por bolas novas, pelo que
o moinho contém de varias idades e, portanto, de vários tamanhos. Isso é
vantajoso, pois as bolas grandes lidam eficientemente com a alimentação e as
pequenas são responsáveis pela obtenção de um produto fino.
Existem diversos fatores que
influenciam a dimensão dos produtos em um moinho de bolas, entre eles vamos
destacar 7 deles.
Ø A velocidade de alimentação: com
altas velocidades de alimentação, efetua-se menos redução de tamanhos, pois o
material está no moinho durante menos tempo;
Ø As propriedades do material de
alimentação: quanto maios for o tamanho da alimentação,
mais será o do produto sob dadas condições de funcionamento. Com um material
duro obtém-se uma menor redução de tamanho;
Ø Peso das
bolas: uma pesada carga de bolas produz um produto
fino. O peso da carga pode aumentar, quer aumentando o numero de bolas, quer
usando um material de densidade mais elevada. Visto que as condições ótimas de
moagem se obtém usualmente quando o
volume de leito de bolas é igual a 50% do volume do moinho, variação do peso
das bolas efetua-se normalmente usando materiais de massas especificas
diferentes;
Ø O diâmetro das bolas: bolas
pequenas facilitam a produção de material fino, mas não lidam de maneira tão
eficiente com partícula maiores de alimentação. A redução de tamanho limite que
se obtém com uma dada dimensão de bolas chama-se o limite de moagem livre. Para
máxima economia de funcionamento, deve-se usar-se bolas o mais pequeno possíveis;
Ø A inclinação do moinho: o aumento
da inclinação do moinho aumenta a capacidade de instalação, porque diminui o
tempo de retenção, mas conduz a um produto mais grosseiro;
Ø Liberdade de descarga: o
aumento da liberdade de descarga do produto tem o mesmo efeito que o aumento da
inclinação. Em alguns moinhos, o produto é descarregado através de abertura no
revestimento;
Ø A velocidade de rotação do moinho: a baixa velocidade de rotação, as bolas
limitam-se a rolar uma sobre as outras e
obtém-se pouca ação de moagem. A velocidade
um pouco mais alta, elas são projetadas a distâncias maiores e verifica-se considerável
desgaste do revestimento do moinho. A velocidade muito elevada, as bolas são
transportadas a toda a volta em contato com as paredes do moinho e de novo se
verifica pouco movimento relativo a moagem. A velocidade mínima à qual as bolas
são transportadas a toda a volta desta maneira chama-se a velocidade critica do
moinho, e, nestas condições, não haverá qualquer força resultante a atuar sobre
as bola, quando ela esta situada em contato com o revestimento do moinho na sua
posição de cota mais elevada, isto é, a força centrifuga será exatamente igual
ao peso da bola.
As vantagens do uso de um
moinho de bolas são:
1.
O moinho pode-se usar em seco ou em úmido,
mas a moagem em úmido facilita a remoção do produto;
2.
Os custos de instalação e de energia são
baixos;
3. O moinho de bolas podem ser usados com uma
atmosfera inerte e por isso, podem se usados para moagem de certos materiais
explosivos;
4.
O material de moagem é barato;
5.
O moinho é próprio para materiais de todos os
graus de durezas;
6.
Pode usar para funcionamento descontinuo ou
continuo;
7.
Pode-se usar moagem em circuitos abertos ou
fechados. Com moagem em circuito abertos obtém-se uma larga gama de tamanhos de
partícula no produto. Com moagem em circuito fechado, pode evitar-se o uso de
um separador externo, mediante a remoção continua “do produto por meio de ar ou
através de peneira”.
Moinho
Raymond
Este moinho é muito econômico
no funcionamento e da um produto bastante fino e uniforme. Um eixo central
acionado por uma engrenagem cônica transporta uma barra no topo e termina numa
chumaceira no fundo. Na barra estão implantados vários braços pesados que
suportam as cabeças de moagem, as quais são implantadas para fora pela ação
centrifuga e se atritam num anel forte circular. O material, que é introduzido
por meio de um dispositivo de alimentação automático, é empurrado para o anel
forte por meio de um arado que roda com o eixo central. O material moído é
retirado por meio de uma corrente de ar, e o material mais grosseiro volta a
cair e é de novo levado para cima do anel porte pelo arado.
Como o moinho funciona a
altas velocidades, não é apropriado para uso cim materiais abrasivos; tão pouco
lidará com materiais que amaciem durante o esmagamento.
Embora o consumo de energia
e os custos de manutenção sejam pequenos, esta maquina apresenta a desvantagem
de haver desgaste se a maquina trabalhar sem qualquer alimentação, porque não se
mantem qualquer folga entre as cabeças de moagem e o anel forte. Além de ser
usado para a preparação de carvão pulverizado, o moinho de Raymond usa-se muito
na fabricação de cimento e de artigos de cerâmica. Na indústria cerâmica fixação
da granulometria das matérias primas tem de fazer-se dentro de limites muito
finos, porventura entre 55 e 65 mícrons, e o moinho Raymond é capaz de
conseguir isto.
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