segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Jac Motors em Camaçari.

JAC MOTORS AMPLIA SEGMENTO AUTOMOTIVO NO POLO INDUSTRIAL DE CAMAÇARI

Em 2012, começa no Polo Industrial de Camaçari a construção da Fábrica da Jac Motors, uma das maiores montadoras do mundo. O anúncio oficial foi feito em novembro último em cerimônia que contou com a presença do governador baiano Jacques Wagner. A partir daí, as previsões são as mais otimistas: a montadora acena com um investimento de R$ 1 bilhão,  capacidade para produzir 100 mil veículos por ano e gerar 3.500 empregos diretos, além de 10 mil indiretos. Nesta entrevista exclusiva, o presidente da marca no Brasil, Sérgio Habib,  explica os motivos da escolha da Bahia e informa os planos mais imediatos da montadora com vistas à sua instalação.

Por que a Bahia foi escolhida para sediar a JAC Motors no Brasil?  Além do incentivo do governo baiano, que fatores levaram a esta decisão?

- A Bahia possui três condições preponderantes que nos levaram a escolhê-la: facilidades logísticas, proximidade aos principais mercados consumidores do país e parque de fornecedores já instalados. Além disso, o Grupo SHC possui um forte vínculo com o estado, através do Instituto SHC, que mantém uma escola para cerca de 1,8 mil crianças carentes em Trancoso(Porto Seguro).
As condições estruturais oferecidas pelo Polo Industrial de Camaçari pesaram na escolha?

- Sim. Há uma série de vantagens em se estabelecer no Polo. Além das facilidades logísticas, que podem ser mencionadas por vários modais (acessos rodoviários e proximidade com o porto), a região possui cadeia de fornecedores de autopeças já instalada.
 
Como a JAC Motors pretende programar a sua instalação na Bahia a partir de 2012? Quais as etapas previstas para a implantação da fábrica?

- Vamos cumprir as etapas tradicionais para essa instalação. Estamos providenciando as licenças ambientais neste momento. Na sequência, as obras já serão iniciadas.

De que forma a implantação da fábrica na Bahia se insere na estratégia de crescimento da marca no pais?

- É fundamental a existência desse planta industrial para dar prosseguimento aos planos de crescimento da marca no País, à medida que a obtenção futura de maiores volumes de vendas exigirá a produção local. Devemos fechar este ano com 1% de participação no mercado nacional, crescendo para 1,5% a 2% em 2012. Quando a fábrica estiver em operação, nossa meta é ultrapassar os 3%.

A fábrica deverá gerar 13,5 mil empregos diretos e indiretos. Como a Jac Motors pretende aproveitar a mão de obra baiana? Há projetos de especialização dos trabalhadores locais? 

- O processo de recrutamento e seleção de colaboradores será definido nos próximos meses e colocado em prática em um instante mais próximo da inauguração da planta. Não temos maiores detalhes de como será efetuado. Mas dá para adiantar que a preferência recairá sobre os colaboradores que residirem próximo à fábrica.

Qual a importância que a empresa dá aos projetos de inovação tecnológica? Sabe-se que inicialmente os veículos serão projetados na Itália (Turim). Existe intenção em trazer o centro de design para a Bahia?

- Os modelos fabricados na Bahia estão sendo desenvolvidos em Turim, mas, futuramente, trabalharemos também nos projetos em nossa fábrica. Teremos laboratórios de acústica e controle de emissões veiculares, além de centro de design e desenvolvimento tecnológico. Será uma unidade completa de desenvolvimento tecnológico na área automotiva.

O Polo de Camaçari deixa de ser exclusivamente químico/petroquímico para consolidar-se como um complexo industrial diversificado, com empresas dos mais diferentes segmentos. Qual a sua opinião sobre esse movimento de crescimento do complexo?

- Esse fenômeno tem sido causado por diversos fatores, dentre eles o próprio desenvolvimento econômico do Nordeste, que tem ocorrido a taxas mais elevadas que a média nacional. Para se ter uma ideia, o mercado automotivo cresceu 44% de 2007 a 2010 na média do País. Na cidade de São Paulo, o crescimento foi de apenas 15%, Já Salvador aumentou suas vendas, neste mesmo período, em 65%. Isso significa que as políticas de distribuição de renda têm funcionado ao longo dos últimos anos, o que impulsiona os negócios em outras regiões do Brasil. Essa movimento é saudável e acaba sendo acompanhado pelas próprias empresas, que começam a buscar os novos polos de crescimento econômico como novas alternativas para estabelecerem suas unidades.

Entrevista Publicada na primeira edição da Revista Polo

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