quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

A química presente nas atividades do dia-a-dia

De manhã, quase todas as pessoas tomam banho, lavam os cabelos, escovam os dentes, passam desodorante. Mas quase ninguém sabe o que acontece realmente durante essa rotina


por Lúcia Helena de Oliveira

Todo dia, você acorda com péssimas notícias. Na sua boca, pode ter certeza, nasceu o embrião de uma cárie. Quanto à pele, não se iluda: milhões de bactérias aproveitaram a noite para um verdadeiro banquete à base de células descascadas, suor, gordura, um ou outro glóbulo sangüíneo e eventuais resíduos de pus, que são encontrados com fartura depois de várias horas sem lavagem. Os produtos dessa comilança irão inevitavelmente fermentar, causando mau cheiro, mais cedo ou mais tarde. Água, pura e simplesmente, não resolverá o problema. Para se garantir um bom dia, é preciso lançar mão dos ácidos graxos e aqui não se trata dos que estão presentes na gordura do leite e da manteiga no desjejum, mas dos componentes básicos de produtos como o sabonete, o xampu, o condicionador e a pasta de dentes.

Conforme a combinação dessas substâncias gordurosas com outros ingredientes é que se criam as mais diversas fórmulas de beleza e higiene, responsáveis pelo faturamento de 19 bilhão de dólares, das cerca de 1000 indústrias cosméticas nacionais, no ano passado. Mas apenas os especialistas em Cosmetologia, área das Ciências Farmacêuticas que elabora essas poções perfumadas, sabem como a expectativa de cada um pode se transformar, ou não, em realidade diante do espelho, pele macia, cabelos sedosos, sorriso mais branco, sem contar a sensação de frescor anunciada pelo desodorante. “É chocante mostrar a ciência que existe por trás de um mero banho”, afirma a farmacêutica Maria Elisete Ribeiro, da Universidade de São Paulo, que há vinte anos estuda composições de cosméticos. “Isso porque as pessoas preferem acreditar que o produto pode fazer milagres. E ignoram as reações químicas disparadas na rotina de todas as manhãs.

“Quando você mergulha na banheira ou toma uma ducha, a água só consegue arrastar algumas partículas de sujeira, coladas na superfície do corpo. Pois todo tipo de poeira ou de germe, mal encosta na pele, fica grudado em uma película oleosa. Trata-se da melhor emulsão protetora de que se tem notícia a mistura do suor com a gordura secretada pelas glândulas sebáceas. O suor, como é ácido, dificulta a sobrevivência dos rnicroorganismos nocivos que, porventura, ousam se instalar na pele; já o sebo reveste a superfície, cobrindo certas brechas que poderiam servir de entrada para os germes. Ao longo das horas, porém, essa película engrossa, intercalando camadas de óleo e de sujeira. A pele fica cada vez mais pegajosa, e daí só tem um remédio, o sabão.”Ao aquecer a mais de 80 graus Celsius qualquer espécie de gordura com soda cáustica ou outra substância muito alcalina, eu realizo uma saponificação, ou seja, fabrico sabão”, explica o farmacêutico Luiz Antonio Gioielli, da Universidade de São Paulo, que há quinze anos pesquisa os ácidos graxos, o elemento comum às substâncias gordurosas.

“Nessa reação, formam-se moléculas com dois pólos, um solúvel em água e outro, em gordura.” Em pleno banho, essas moléculas de sabão ficam cravadas em cada minúscula gota de água, deixando para fora a sua metade capaz de se ligar à gordura do corpo. Na realidade, ninguém molha o corpo por inteiro. Uma olhada pelo microscópio mostra que as gotículas de líquido se espalham distantes entre si sobre a pele. Mas tudo bem, porque as moléculas de sabão, alcalinas, atraem feito pequenos ímãs aquele sebo, que é ácido, com pH (índice de acidez) em torno de 4,5. Seqüestrada, a sujeira oleosa é conduzida pela água, até escoar pelo ralo. “Quanto mais alcalino é um sabonete, mais gordura ele consegue retirar”, conta Gioielli. Sabonetes, aliás, sempre são alcalinos. Se fosse possível fabricar um sabão realmente neutro, ele não ofereceria vantagens, porque não limparia direito. O Ministério da Saúde pretende dar um prazo para que as indústrias retirem das embalagens esse adjetivo, usado erroneamente como sinônimo de inofensivo.

Leia a matéria completa: http://super.abril.com.br/ciencia/reacoes-bom-dia-quimica-presente-atividades-dia-a-dia-439756.shtml

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